sexta-feira, 2 de outubro de 2015

A Holanda constatou ter sido um grande erro legalizar a maconha e a prostituição e iniciou ações de reparação dos danos

A Holanda constatou ter sido um grande erro legalizar a maconha e a prostituição e iniciou ações de reparação dos danos. E aqui no Brasil tem gente fazendo passeata pela legalização dessa droga. A seguir,  uma matéria da revista Veja, escrita por Thomas Favaro, detalhando esse engano.

“A Holanda é um dos países mais liberais da Europa. Comportamentos considerados tabu em muitos países, como eutanásia, casamento gay, aborto e prostituição, são legalmente aceitos pelos holandeses. Em Amsterdã, turistas podem comprar pequenas quantidades de maconha em bares especiais, os coffee shops, e escolher abertamente prostitutas expostas em vitrines, uma tradição da cidade. No passado, De Wallen, o bairro da Luz Vermelha, como é chamado nos guias turísticos, foi relativamente tranqüilo e apinhado de curiosos. Desde que a prostituição foi legalizada, sete anos atrás, tudo mudou. Os restaurantes elegantes e o comércio de luxo que havia nas proximidades foram substituídos por hotéis e bares baratos. A região do De Wallen afundou num tal processo de degradação e criminalidade que o governo municipal tomou a decisão de colocar um basta. Desde o início deste ano, as licenças de alguns dos bordéis mais famosos da cidade foram revogadas. Os coffee shops já não podem vender bebidas alcoólicas nem cogumelos alucinógenos, e uma lei que tramita no Parlamento pretende proibi-los de funcionar a menos de 200 metros das escolas. Ao custo de 25 milhões de euros, o governo municipal comprou os imóveis que abrigavam dezoito prostíbulos. Os prédios foram reformados e as vitrines agora acolhem galerias de arte, ateliês de design e lojas de artigos de luxo. A prefeitura está investindo na remodelação do bairro, para atrair turistas mais ricos e bem-comportados.

De Wallen é um centro de bordéis desde o século XVII, quando a Holanda era uma potência naval e Amsterdã importava cortesãs da França e da Bélgica. Nos últimos vinte anos, a gerência dos prostíbulos saiu das mãos de velhas cafetinas holandesas para as de obscuras figuras do Leste Europeu, envolvidas em lavagem de dinheiro e tráfico de mulheres. Boa parte dos problemas é conseqüência do excesso de liberalidade. O objetivo da legalização da prostituição foi dar maior segurança às mulheres. Como efeito colateral houve a explosão no número de bordéis e o aumento na demanda por prostitutas. Elas passaram a ser trazidas – nem sempre voluntariamente – das regiões mais pobres, como a África, a América Latina e o Leste Europeu. A tolerância em relação à maconha, iniciada nos anos 70, criou dois paradoxos. O primeiro decorre do fato de que os bares podem vender até 5 gramas de maconha por consumidor, mas o plantio e a importação da droga continuam proibidos. Ou seja, foi um incentivo ao narcotráfico.

O objetivo da descriminalização da maconha era diminuir o consumo de drogas pesadas. Supunham os holandeses que a compra aberta tornaria desnecessário recorrer ao traficante, que em geral acaba por oferecer outras drogas. Deu certo em parte. Apenas três em cada 1.000 holandeses fazem uso de drogas pesadas, menos da metade da média da Inglaterra, da Itália e da Dinamarca. O problema é que Amsterdã, com seus coffee shops, atrai “turistas da droga” dispostos a consumir de tudo, não apenas maconha. Isso fez proliferar o narcotráfico nas ruas do bairro boêmio. O preço da cocaína, da heroína e do ecstasy na capital holandesa está entre os mais baixos da Europa. “Hoje, a população está descontente com essas medidas liberais, pois elas criaram uma expectativa ingênua de que a legalização manteria os grupos criminosos longe dessas atividades”, disse a VEJA o criminologista holandês Dirk Korf, da Universidade de Amsterdã.

A experiência holandesa não é a única na Europa. Zurique, na Suíça, também precisou dar marcha a ré na tolerância com as drogas e a prostituição. O bairro de Langstrasse, onde as autoridades toleravam bordéis e o uso aberto de drogas, tornara-se território sob controle do crime organizado. A prefeitura coibiu o uso público de drogas, impôs regras mais rígidas à prostituição e comprou os prédios dos prostíbulos, transformando-os em imóveis residenciais para estudantes. A reforma atraiu cinemas e bares da moda para o bairro. Em Copenhague, na Dinamarca, as autoridades fecharam o cerco ao Christiania, o bairro ocupado por uma comunidade alternativa desde 1971. A venda de maconha era feita em feiras ao ar livre e tolerada pelos moradores e autoridades, até que, em 2003, a polícia passou a reprimir o tráfico de drogas no bairro. Em todas essas cidades, a tolerância em relação às drogas e ao crime organizado perdeu a aura de modernidade.”

Fonte: Revista Veja Mudanças na vitrine: citado por Blog Psicopauta

sábado, 12 de setembro de 2015

Maioria da população é contra discriminação do uso da Maconha.

Agência Brasil Rio - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux disse que acredita que a maioria da sociedade brasileira é contra a descriminalização do uso da maconha, assunto que está sendo julgado pela Corte. Fux defende mais debate sobre o tema e diz que o espaço ideal para isso é o Congresso, que poderia legislar a respeito. “Esse tema encerra um desacordo moral bastante expressivo na sociedade. Entendo que haja uma parcela maior da sociedade contrária à descriminalização. Então, o Supremo pode vir, ou não, a adotar uma solução contramajoritária, contra a vontade social”, disse o ministro à imprensa, pouco antes do lançamento de seu livro Novo Código de Processo Civil Temático, nesta sexta-feira, durante a 17ª Bienal do Livro no Rio. Ministro do STF, Luiz Fux comentou julgamento sobre a descriminalização do uso da maconha Foto: Agência Brasil Fux questionou se este é o melhor momento para o STF julgar o assunto e se a sociedade brasileira está preparada para a descriminalização, que deixaria de considerar crime o porte de maconha para uso pessoal. “Como há esse dissenso na sociedade, recomenda-se que a Corte seja bastante ponderada no momento de adotar uma solução. Este é um tema que talvez nem fosse o momento do Supremo julgar. Eu não sei se a sociedade está preparada para receber esta solução. Quando há um desacordo moral razoável, nesses casos em que estão em jogo valores morais da coletividade, acho importante o juiz ouvir a sociedade.” Para o ministro, que ainda não apresentou o seu voto neste processo, o tema seria melhor decidido através de votação no âmbito legislativo, o que daria maior espaço e tempo para a sociedade se manifestar. “Acho que o Parlamento tem a legitimidade democrática por representar a sociedade. Será que hoje seria aprovada uma lei descriminalizando a droga? Há várias correntes da doutrina constitucional que entendem que não deve haver um governo de juízes, que o Judiciário não é uma instância hegemônica e que no Estado Democrático de Direito quem deve dar a última palavra é o Parlamento”, avaliou. Uma saída possível para a questão, segundo Fux, seria o Congresso chamar para si o debate para uma eventual mudança na lei aproveitando a interrupção do julgamento do Supremo, suspenso após novo pedido de vista. “Há diálogo implícito entre Legislativo e Judiciário. Foi pedido vista, é um julgamento que está causando estrépito, a sociedade está interessada, então pode ser que nesse interregno [intervalo] haja uma sinalização para que o Parlamento exerça o papel dele, legisle sobre isso, não empurre essa questão para o Judiciário.” O julgamento estava em andamento esta semana no STF e foi interrompido por mais um pedido de vista. Após os votos dos ministros Luiz Edson Fachin e Luís Roberto Barroso a favor da descriminalização do porte da maconha, Teori Zavascki pediu mais tempo para analisar o assunto. Antes deles, o relator do processo, ministro Gilmar Mendes, já havia se posicionado a favor da descriminalização do porte da droga. A mudança na lei é julgada no recurso de um ex-preso, condenado a dois meses de prestação de serviços à comunidade por porte de maconha. A droga foi encontrada na cela do detento. No recurso, a Defensoria Pública de São Paulo diz que o porte de drogas, tipificado no Artigo 28 da Lei de Drogas (Lei 11.343/2006), não pode ser configurado crime, por não gerar conduta lesiva a terceiros. Além disso, os defensores afirmam que a tipificação ofende os princípios constitucionais da intimidade e a liberdade individual.

sábado, 15 de agosto de 2015

Uso frequente de maconha bloqueia sentimentos prazerosos, diz pesquisa

Uso frequente de maconha bloqueia sentimentos prazerosos, diz pesquisa

Do UOL, em São Paulo
Fumar maconha várias vezes ao dia durante anos pode danificar a química do cérebro responsável pela sensação de prazer, segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos com a Universidade Harvard.

A pesquisa foi divulgada recentemente na revista "Proceedings", da Academia Nacional de Ciências dos EUA.

Cientistas descobriram que o cérebro dos que abusam da maconha reage menos à dopamina, substância química liberada pelo cérebro, que causa a sensação de bem estar. A dopamina é ativada geralmente durante a alimentação, no sexo ou durante o uso de drogas.

A descoberta foi feita depois que a equipe de pesquisadores analisou a produção de dopamina no cérebro de 48 pessoas, 24 delas que haviam fumado pelo menos cinco cigarros de maconha por dia, cinco dias por semana, por 10 anos; e outras 24 sem esse histórico (grupo controle).

A cada um deles foi dado uma dose de metilfenidato, mais conhecido como Ritalina, remédio que aumenta a liberação de dopamina.

Imagens do cérebro das 48 pessoas revelaram que todas produziram mais dopamina após tomar a droga, como era esperado. Mas, enquanto os integrantes do grupo controle tiveram aumento da pressão e das batidas cardíacas e se sentiram mais eufóricos, os usuários frequentes de maconha não apresentaram essas alterações.

A falta de uma resposta física sugere que os usuários frequentes de maconha podem ter seu circuito de recompensa no cérebro danificado pelo uso da droga, segundo Nora Volkow, diretora do Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas, do Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA, e autora do estudo.

A pesquisa não indicou que os usuários frequentes de maconha produzem menos dopamina, mas passam a ter menos a sensação que ela induz, como se o uso da droga alterasse seu mecanismo. Os pesquisadores só não conseguiram descobrir porquê isso acontece.

"Não ser capaz de destrinchar causa e efeito é uma limitação em um estudo como este, diz Volkow.

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etheth 1 ano atrás
Dentro de outra perspectiva, o cigsrro tb ocasiona perda de prazeres, o olfato e o paladar po exemplo ficam reduzidos, e como o fumante passa parte do tempo fumando ou com necessidade de fumar outros ao longo do dia,na observa tanto ou não aprecia da mesma maneira da pessoa que é livre do vício. Quando alguém pára de fumar, é comum que relate estas alterações porque logo descobre os prazeres mais nítidos, mais intensos. Acredito que tenha o lado dos componentes da droga que dopam, anestesiam como o comportamento do vício que está modificado e escravizado. É o contrário de liberdade, para tratamento de saúde pode ser válido sem dúvida.
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ingênuo2013 1 ano atrás
Olhando do ponto de vista da saúde, é claro que a inalação da fumaça é prejudicial, isso ninguém pode questionar, não há fumaça no mundo que inalada seja benéfica, podemos contrapor a maconha x cigarro x álcool, aí sim, sabemos que o cigarro e o álcool são mais prejudiciais à saúde, isso é mais que evidente, talvez por esse motivo sempre que falam sobre os males da canábis haja defensores. Se olharmos por outro ângulo veremos que a legalização crie um sério problema de risco, imagine um motorista ou um motociclista sob o efeito da droga, a possibilidade de acidente é enorme, ela é relaxante e diminui os reflexos. Já basta o álcool que ceifa milhares de vidas em acidentes

http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2014/07/15/fumar-muita-maconha-pode-afetar-quimica-cerebral-que-faz-sentir-prazer.htm

O Que as Drogas Recreativas Estão Fazendo Com a Nossa Saúde Mental?


O Que as Drogas Recreativas Estão Fazendo Com a Nossa Saúde Mental?
maio 1, 2015
Da coluna 'O GUIA VICE PARA SAÚDE MENTAL'

Arte por Nick Scott.

As drogas podem foder com o seu cérebro. Elas botam as pessoas pra baixo, pra cima, jogam de lado. Seja um beck depois do trabalho, uma bolinha para animar na balada ou uma carreira que transporta para um mundo espacial alienígena, as substâncias psicoativas oferecem aos cidadãos do planeta Terra uma fuga temporária da vida cotidiana.

Milhões usam. Mas para aqueles que não estão se sentindo muito bem consigo mesmos, a sedução dessa fuga narcótica pode ser maior. E, infelizmente, esse próprio santuário ativado pela química pode piorar a saúde mental da pessoa.

As evidências da via de mão dupla entre as drogas e doenças mentais estão por aí, nos periódicos científicos. E também estão bem na nossa frente. Muitos de nós têm amigos que tiveram problemas psiquiátricos causados pelo consumo de drogas legais e ilegais. No entanto, se você quer saber a verdade sobre o relacionamento entre as drogas e a saúde mental, é preciso seguir um rumo cauteloso no meio de toda a groselha.

O avô da hipérbole "droga enlouquece" é Harry J. Anslinger, comissário do serviço de Narcóticos dos EUA nos anos 30, que fez uma campanha feroz contra a cannabis. Ele alertava as pessoas: "Passe um mês fumando cigarro de maconha e o que um dia foi seu cérebro vai se tornar um nada, apenas um depósito de espectros horrendos". Pode parecer piada, mas esse tipo de falácia formou o modelo para muito do que os jornais mais lidos da Grã-Bretanha publicaram sobre o assunto na última década. E se quer saber, alguns dos fanáticos que se colocaram no lobby pró-cannabis alegando que toda maconha é absolutamente inofensiva estão igualmente desconectados do mundo real.

Mas a correlação existe. Números do governo britânico mostram que cerca de um terço das pessoas diagnosticadas com doenças mentais consumiram drogas no último ano – três vezes mais que a média nacional. Três quartos das pessoas atendidas em serviços de tratamento ao dependente químico tiveram algum transtorno psiquiátrico no último ano.

As drogas e as doenças mentais se entrelaçam em uma dança complexa que só recentemente começou a ser decifrada pelos cientistas. O estigma que há muito tempo gira em torno dessas questões faz com que a investigação sobre a interação das duas e sobre como uma pode levar à outra ainda esteja engatinhando.

Rachel lembra de se sentir infeliz desde que a família se separou, quando ela tinha três anos. Ela escreveu o seguinte no diário depois das primeiras experiências com cetamina, aos 14 anos de idade: "Desencadeei toda uma nova inteligência dentro de mim, deixei de ser uma estudante solitária e frustrada e passei a ser uma princesa de conto de fadas". Hoje aos 30 anos, ela diz que, embora as drogas tenham amenizado a depressão, alteraram sua vida de forma fundamental. "Minha cabeça não ficava quieta por conta própria e as drogas me acalmavam. Eu ficava menos triste e tinha menos raiva. Eu saía, trabalhava, brincava, vivia e estava feliz. Mas meu cérebro ainda estava se desenvolvendo. Para mim, o mundo longe das drogas é muito chato e sem graça – nada se compara aos ápices de usar drogas quando eu estava passando da infância à idade adulta".

Por ser a droga ilegal mais consumida, muito da pesquisa sobre drogas como causa ou catalisador de doenças mentais se concentrou na cannabis. Enquanto milhões de usuários da droga não são afetados, a pesquisa descobriu que existem grupos com mais probabilidade de desenvolver problemas psiquiátricos que outros.

Alguns já saem na desvantagem antes de dar o primeiro tapa na pantera. Usuários de cannabis com casos de depressão ou esquizofrenia na família têm mais risco de terem essas doenças desencadeadas pelo consumo da droga do que aqueles sem histórico. Os cientistas acreditam que existe um gene, o AKT1, que deixa a pessoa bem mais suscetível a desenvolver psicose se consumir cannabis do que outra sem o AKT1.

Estudos demonstram que jovens que começam a fumar maconha antes dos 15 anos têm quatro vezes mais probabilidade de desenvolver alguma doença psicótica do que não usuários. Isso porque, na adolescência, o cérebro ainda está se desenvolvendo. Como explicado pela Faculdade Real de Psiquiatria: "Um imenso processo de poda está acontecendo, como se estivesse aerodinamizando um quiproquó intricado de circuitos para fazê-los funcionar de forma mais eficaz. Toda experiência ou substância que afete esse processo tem o potencial de produzir efeitos psicológicos a longo prazo".

Depressão é um dos desfechos possíveis. Um estudo com 1.600 crianças australianas de 14 e 15 anos ao longo de sete anos descobriu que aqueles que consumiam cannabis todo dia tiveram cinco vezes mais chance de desenvolver depressão e ansiedade até o fim do estudo. Embora não haja provas suficientes para afirmar que os adolescentes diagnosticados com depressão têm mais propensão ao uso da maconha, há muitas provas de que adolescentes que sofrem com altos níveis de estresse estão mais propensos a ter um consumo problemático.

A mídia exagera muito para falar da força e dos perigos da poderosa maconha do tipo skunk que hoje domina o mercado (um jornal afirmou que "um trago já pode causar esquizofrenia"). Mas a droga está sim causando problemas. Um estudo da King's College de Londres com 780 pessoas no Hospital Maudsley, no sul da capital britânica, descobriu que, em comparação com quem nunca experimentou maconha, os usuários diários de cannabis tipo skunk aumentaram em cinco vezes o risco de psicose.

Insight, um serviço de apoio a usuários com dependência química entre 11 e 24 anos, fica a alguns quilômetros do Maudsley. O assistente social Anthony Steward observa um aumento no número de adolescentes, principalmente jovens envolvidos com o crime, que procuram ajuda apresentando sintomas como paranoia e ansiedade por causa de uma "fixação com cepas superfortes de cannabis".

Estudos demonstram que jovens que começam a fumar maconha antes dos 15 anos têm quatro vezes mais probabilidade de desenvolver alguma doença psicótica do que não usuários.

"Estão usando Amnesia, LSD e Sour Diesel, fumando o dia todo. Até a música que escutam fala de ficar chapado de skunk. Um menino acha que está recebendo mensagens subliminares através das propagandas na TV. Veremos um grande aumento nos índices de doenças mentais entre jovens por causa da skunk".

Os efeitos psicológicos de curto prazo das drogas podem ser poderosos e cumulativos. Uma rodada pesada de consumo de álcool deprime o sistema nervoso e faz com que as pessoas se sintam deprimidas. Quanto mais você bebe, mais deprimido fica. Usuários de fim de semana de estimulantes, como ecstasy e cocaína, sentem uma caída no meio da semana, uma baixa de humor provocada por estimular ou "fritar" demais os receptores do cérebro. Quanto mais você usa, mais hiperestimulado fica o cérebro e mais frágil o seu estado mental. Isso faz com que tenha gente que fica calculando demais as coisas, enxergando significados onde não há e suspeitas desnecessárias. Para lidar com isso, as pessoas usam mais drogas e o nó do emaranhado fica ainda mais apertado.

Não surpreende que os organizadores do Festival de Glastonbury contratem enfermeiros psiquiátricos para ficar de plantão no evento há três décadas. Todo ano, aumenta o número de pessoas no festival que sofrem com algum problema mental no evento e precisam passar dois ou três dias se recuperando em uma unidade psiquiátrica. De vez em quando, tem gente no Glastonbury que precisa ser internada compulsoriamente.

O doutor Niall Campbell, consultor psiquiátrico do Hospital Priory em Roehampton, no sudoeste de Londres, já atendeu uma longa fila de pessoas marcadas por cicatrizes mentais pelo consumo de drogas. Às vezes, os efeitos podem ser temporários, mas não menos assustadores. Um adolescente que o médico atendeu tinha ficado tão apavorado com a imagem recorrente d'O Grito de Edvard Munch(depois de mordiscar a raiz de um cogumelo mágico) toda vez que fechava os olhos que acabou desenvolvendo transtorno do estresse pós-traumático. O menino quase teve que trancar a faculdade por causa disso, mas as visões uma hora desapareceram. Para pavor de outras pessoas, esses efeitos, segundo o doutor Campbell, podem ficar "ligados" para sempre.

"Tenho um paciente que trato há 12 anos. Ele estudou na mesma escola que meu filho e sempre fumou bastante, desde novo. Ele foi encaminhado para mim depois de ser expulso porque as notas estavam ruins por causa do fumo", conta. "O problema era que, na mente dele, todo mundo no mundo inteiro, fosse um caminhoneiro ucraniano ou um bosquímano do Kalahari, sabia o que estava se passando na cabeça dele." O paciente parou de fumar há 12 anos, entrou com medicação para aliviar os sintomas, foi para a faculdade e hoje trabalha na empresa do pai. "Mas todos os caras da fábrica na China para onde ele vai a negócios sabem o que ele está pensando. Ele não consegue ter um relacionamento com uma mulher porque ela sabe o que ele está pensando. Ele está preso em um estado de paranoia e vai ficar assim para sempre, e isso o assusta."

A grande maioria dos usuários de drogas, mesmo se tiver uma bad trip ou sofrer com efeitos psiquiátricos de curto prazo, não desenvolve doenças mentais crônicas pelo consumo de drogas. No entanto, o vício – uma forma diagnosticada de doença mental – pode muitas vezes ser o precursor que contribui com problemas psiquiátricos.

Perguntei a Liz Hughes, enfermeira psiquiátrica que escreve para o blog Mental Elf e é professora de saúde mental na Universidade de Huddersfield, quais os fatores que podem ser o pontapé para tirar a pessoa do consumo normal e colocá-la em um tipo de uso que pode levar a uma doença mental. "Imagine o que chamo de 'balde de estresse'", afirma a especialista. "Se já estiver quase cheio, talvez com uma vulnerabilidade genética às drogas e bullying na escola, e você colocar drogas no balde, vai transbordar. Mas algumas pessoas começam com um balde vazio e podem tomar muitas drogas antes de ficarem doentes."

Ela explica que, se o consumo de drogas está afetando seu cotidiano e você não consegue trabalhar, comer, dormir ou socializar direito, pode ser um sinal de que está se desenvolvendo uma doença mental. "A doença psiquiátrica é difícil de administrar quando se manifesta", afirma Liz. "É melhor prevenir."

A ligação de psicodélicos como o LSD, a mescalina e a psilocibina (ingrediente ativo dos cogumelos mágicos) com colapsos nervosos é registrada desde os anos 60. Mas um estudo publicado no periódico científico Natureem março descobriu que pessoas que usam essas drogas não correm um risco maior de desenvolver problemas de saúde mental como esquizofrenia, psicose, depressão, transtornos de ansiedade e tentativas de suicídio.

Drogas estimulantes, como cocaína e mefedrona, estão associadas à diversão e a chapar, mas estão cada vez mais sendo consumidas da mesma forma que a heroína e o crack foram usados com frequência em gerações passadas, como ferramentas de escapismo negativo, para apagar sentimentos que as pessoas não querem ter.

O doutor Owen Bowden-Jones é responsável pela Club Drug Clinic CNWL, um serviço para pessoas que consomem drogas de balada e as novas substâncias psicoativas (NSP). Ele atende pacientes com níveis elevados de depressão, ansiedade, estresse pós-traumático e psicose ligado ao consumo de drogas. O problema que mais cresce na clínica está relacionado à mefedrona.

"Com a mefedrona, estou atendendo pessoas com psicose temporária – paranoia, sentimentos de perseguição e alucinações auditivas. A psicose da mefedrona hoje é mais comum que a psicose do crack na nossa clínica. Se você estimula o seu sistema de recompensa do cérebro sem parar com uma droga estimulante como a mefedrona, todos os transmissores do bem-estar, como a dopamina, ficam escassos, então você acaba com uma experiência de vida insossa e baixo astral crônica. Uma forma de mudar isso é tomar mais mefedrona, o que leva ao risco do desenvolvimento de um círculo vicioso."

Se o consumo de drogas está afetando seu cotidiano e você não consegue trabalhar, comer, dormir ou socializar direito, pode ser um sinal de que está se desenvolvendo uma doença mental.

Em novembro, a chefe da fundação de saúde mental de Camden, distrito de Londres, afirmou que as novas substâncias psicoativas tinham levado à ocupação de tantos leitos em unidades psiquiátricas que alguns pacientes tiveram que ser enviados para outro condado, Somerset, para receber tratamento. Enquanto isso, marcas de canabinoides sintéticos como Spice e Black Mamba estão devastando os serviços de apoio ao dependente químico e as cadeias britânicas. Os presos começaram a importar substitutos da maconha, mais potentes que a cannabis normal, para dentro dos presídios porque não são detectadas no exame toxicológico. Mas muitos detentos acabam precisando de atendimento psiquiátrico por causa das drogas.

"Spiceophrenia", estudo sobre canabinoides sintéticos publicado na Human Psychopharmacologyem 2012, conclui: "Os canabinoides sintéticos podem desencadear o ataque de psicose aguda em indivíduos vulneráveis e a exacerbação de episódios psicóticos naqueles com histórico psiquiátrico".

Apesar do perigo, as drogas possuem, de fato, potencial de melhorar o funcionamento cognitivo. Podem ajudar na memória e na concentração e serem usadas para o tratamento de doenças psiquiátricas como a depressão, o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e a ansiedade em pacientes com câncer. Antes do MDMA se popularizar como droga recreativa, já era usado nos anos 70 por centenas de psicólogos norte-americanos junto de psicoterapia e análise. Estudos médicos sobre os efeitos positivos do MDMA mostram que a droga tem potencial para ser usada no tratamento da ansiedade e do TEPT.

A forma como as pessoas são afetadas psicologicamente pelo consumo de drogas é, no fim das contas, uma questão muito individual. Segundo o doutor Dr. Bowden-Jones: "As pessoas usam drogas ou para ter sensações que não têm normalmente na vida ou para apagar sentimentos indesejados". Vai ter gente que vai se automedicar, mas é um jogo difícil: o antídoto pode virar o próprio veneno.

Até certo ponto, a reação tem a ver com a capacidade inata de consumir uma determinada substância. Cada droga afeta cada pessoa de uma forma diferente. Mas o mais importante é que isso está intrinsecamente ligado ao motivo pelo qual as pessoas começam a usar drogas. "Eu pergunto o que a pessoa espera quando usa uma droga", diz Liz Hughes. "Se ela está tentando fugir de alguma coisa ou mascarar sentimentos negativos, já acende o sinal de alerta. Porque em vez de ser um alívio temporário, o consumo da droga pode contribuir para um problema oculto."

@Narcomania

http://www.vice.com/pt_br/read/o-que-as-drogas-recreativas-esto-fazendo-com-a-nossa-sade-mental?utm_source=vicefbbr

Maconha serve de ponte para outras drogas quando jovem sofre de tédio

MARIJUANA300Muita gente diz que a maconha serve de “ponte'' para drogas mais pesadas. Mas, segundo um estudo norte-americano, isso só acontece se o usuário sofre de tédio. A conclusão foi publicada no Journal of Drug and Alcohol Abuse.

Segundo o trabalho, divulgado no jornal britânico Daily Mail, 70% de um total de 2,8 milhões de indivíduos que usaram drogas ilegais pela primeira vez em 2013 relataram que a maconha tinha sido a primeira.

Os pesquisadores, da Universidade de Nova York, analisaram as diferentes razões apontadas pelos adolescentes para terem recorrido à maconha e a outras drogas ilícitas. Os motivos mais relatados foram tédio, vontade de experimentar algo diferente e busca de instrospecção após o uso de outras substâncias.

Os resultados mostram que dois terços dos adolescentes que usaram maconha não passaram a usar outras drogas mais pesadas, como cocaína e até heroína. E os jovens que disseram ter buscado a erva para combater o tédio foram os que apresentaram uma tendência maior a fazer isso.

A análise incluiu cerca de 15 mil adolescentes de 17 a 18 anos de 130 escolas públicas e privadas de diversos Estados norte-americanos. Entre os jovens que se drogavam, as substâncias descritas foram cocaína, crack, heroína, LSD ou outros alucinógenos, anfetaminas ou outros estimulantes, tranquilizantes e narcóticos.

Entre aqueles que afirmaram sofrer de tédio, as drogas mais procuradas depois da maconha foram a cocaína e os alucinógenos, exceto o LSD. Uma parcela de 11% relatou ter usado maconha para aumentar o efeito de outras substâncias.

O curioso, segundo o principal autor, o médico Joseph Palamar, foi que os adolescentes que usaram a erva apenas “para experimentar'' foram os que menos apresentaram tendência a passar para outras drogas depois.

Para o pesquisador, é importante que os programas de assistência e prevenção ao uso de drogas invistam em formas de ajudar os jovens a lidar com o tédio, já que isso pode levar muitos deles a experimentar outras substâncias e apresentarem uma propensão maior à dependência.

http://doutorjairo.blogosfera.uol.com.br/2015/07/05/maconha-serve-de-ponte-para-outras-drogas-quando-jovem-sofre-de-tedio-2/

Estudo relaciona uso de maconha ao fracasso de adolescentes na escola Menores de 17 anos têm risco 60% maior de não terminar ensino médio.

Estudo relaciona uso de maconha ao fracasso de adolescentes na escola
Menores de 17 anos têm risco 60% maior de não terminar ensino médio.
Pesquisa foi publicada esta semana na revista científica 'The Lancet'.
11/09/2014 08h36 - Atualizado em 11/09/2014 08h39
Da France Presse
Jovem fuma cigarro de maconha em Park Dakota, norte de Cali, no departamento de Valle del Cauca. Em Dakota, centenas de pessoas se juntam para fumar maconha, após um acordo com vizinhos e a polícia para permitir  o consumo livre na região do parque (Foto: Luis Robayo/AFP)
Jovem fuma cigarro de maconha em Park Dakota, norte de Cali, no departamento de Valle del Cauca (Foto: Luis Robayo/AFP)
Os adolescentes que fumam regularmente maconha estão muito mais expostos ao fracasso escolar que os outros, segundo os resultados de um estudo publicados nesta quarta-feira na revista médica "The Lancet Psychiatry". Os adolescentes de menos de 17 anos que fumam maconha todos os dias correm 60% a mais de riscos de não concluir o ensino médio do que aqueles que nunca fumaram a substância.
Além disso, aqueles que fumam diariamente têm sete vezes mais riscos de uma tentativa de cometer suicídio e oito vezes mais riscos de utilizar outras drogas posteriormente, destaca o estudo.
"Estes resultados aparecem no momento oportuno, já que vários estados americanos e países da América Latina tomaram o caminho da descriminalização da maconha, o que poderia tornar mais fácil para os jovens o acesso a esta droga", afirmou Richard Mattick, da Universidade de Nova Gales do Sul (Austrália), um dos autores da pesquisa.
A maconha é a droga ilegal mais consumida no mundo. Estatísticas recentes indicam que em alguns países os jovens começam a usar a substância cada vez mais cedo. O estudo publicado na revista "The Lancet" tem como base dados obtidos por três pesquisas entre jovens da Austrália e Nova Zelândia.
Os cientistas tentaram traçar um paralelo da frequência do consumo de maconha entre os jovens com menos de 17 anos e seus comportamentos na vida posteriormente. Os critérios usados foram o êxito escolar, o uso de drogas ilegais, dependência da maconha, a depressão e as tentativas de suicídio.
Uma relação "clara e consistente" foi encontrada entre a frequência da utilização da maconha antes dos 17 anos e a maioria dos critérios citados, destaca a "Lancet".
Para o doutor Edmund Silins, outro autor do estudo, os resultados demonstram "de maneira evidente" que a luta contra o consumo precoce da maconha entre os jovens representa "importantes benefícios em termos sociais e de saúde".

http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2014/09/estudo-relaciona-uso-de-maconha-ao-fracasso-de-adolescentes-na-escola.html

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Supremo adia discussão sobre descriminalização de drogas

Supremo adia para próxima semana discussão sobre porte de drogas
Durante toda a tarde desta quinta, ministros discutiram ação civil pública ajuizada pelo MP do Rio Grande do Sul que pediu a definição de prazo para reforma no Albergue Estadual de Uruguaiana

BRASÍLIA
13/08/2015  19h51  FOLHAPRESS
Texto publicado na edição impressa de 14 de agosto de 2015
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O Supremo Tribunal Federal (STF) adiou nesta quinta-feira (13) o julgamento que pode definir se é crime ou não portar drogas para consumo próprio. Durante toda a tarde desta quinta, a Suprema Corte discutiu ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul que pediu ao Judiciário definição de prazo para reforma no Albergue Estadual de Uruguaiana.

A expectativa agora é de que o caso sobre porte de entorpecentes seja analisado na próxima quarta-feira (19), segundo informou o presidente do STF, Ricardo Lewandowski. O julgamento tem como base um recurso que chegou à Corte mais alta do país em 2011, em decorrência de um flagrante de maconha, dois anos antes, dentro do centro de detenção provisória de Diadema (SP).

http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/supremo-adia-para-proxima-semana-discussao-sobre-porte-de-drogas-3dgp9k3rfjc5oeqxlsvaor0va

sábado, 27 de junho de 2015

Pesquisa mostra limitação da maconha para uso terapêutico


Pesquisa mostra limitação da maconha para uso terapêutico
Análise de 79 testes clínicos encontrou benefícios para dores neuropáticas crônicas e espasmos, mas não para insônia, depressão, ansiedade, síndrome de Tourette ou alívio para os sintomas da quimioterapia

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AFP - Agence France-Presse
Publicação:26/06/2015 10:27Atualização:26/06/2015 11:03
(AFP PHOTO / MARTIN BERNETTI )
SAIBA MAIS...
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A eficácia terapêutica da maconha é limitada ou incerta dependendo dos sintomas, revelou a análise dos resultados de 79 testes clínicos. A avaliação dos estudos feitos com 6500 participantes sugeriram que o psicotrópico provoca uma melhoria variável dos sintomas, mas não foi possível provar isso estatisticamente, estimaram os pesquisadores no Journal of American Medical Association (JAMA).

Os autores descobriram que os canabinoides podem ser benéficos para o tratamento de dores neuropáticas crônicas e espasmos causados %u200B%u200Bpela esclerose múltipla, mas encontraram evidências fracas de que a maconha proporciona uma melhoria para os pacientes com câncer que sofrem de náuseas ou vômitos provocados pela quimioter

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Os terríveis malefícios da #Maconha

Os terríveis malefícios do uso da #Maconha.
Publicado em 26 de mar de 2014
Abordagem do Dr. Valentim Gentil Filho sobre os terríveis efeitos do uso da maconha.
Gravado no programa Roda Viva da TV Cultura no dia 4 de novembro de 2013.
Fonte: http://tvcultura.cmais.com.br/rodaviva/transmissao/valentim-gentil-filho-4
O Dr. Valentim Gentil Filho é Médico pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (1970), Ph.D. (Doutorado) pelo Institute of Psychiatry, Universidade de Londres (1976), Livre-Docente em Psiquiatria (1987) e Professor Titular de Psiquiatria pela FMUSP (1994).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9771743515214749

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