Aquele ´Um´ do Fantástico, o Professor Laranjeira
Formadoresdeopiniao.com.br
Escrito por Hélio Leite
01/06/2011 - Escrevi ontem um post tratando daquele editorial disfarçado de reportagem, apresentado no “Fantástico” no domingo, favorável à descriminação da maconha. DOZE pessoas falaram direta ou indiretamente em favor da descriminação da maconha — chamada ali de “regulamentação” (?) — e apenas UMA contra, justamente aquele que é um de nossos maiores e mais experientes especialistas no tema, o psiquiatra Ronaldo Laranjeira. Ele não é um abelhudo, mas um estudioso. Ele não é um “achista”, mas alguém com vasta experiência clínica. As pessoas com as quais ele lida não são feitas de papel e estatística, mas de carne e osso. No texto, alerto os especialistas “não-alinhados” com a metafísica influente para as armadilhas que a imprensa tem criado contra algumas personalidades quando se trata de debater alguns temas.
E até citei exemplos: no jornalismo contemporâneo, quando querem debater maconha, aquecimento global, Código Florestal ou estado palestino, quase sempre aqueles que se opõem à descriminação das drogas, que consideram apocalípticas as teorias do aquecimento, que vêem avanços no código ou que avaliam que não haverá paz no conflito israelo-palestino enquanto houver terrorismo são tratados como esquisitas exceções. Convidados a se pronunciar, são apenas o tributo que o vício — sem trocadilho — está prestando à virtude. São chamados para que fique claro que são minoria, que são pessoas em extinção, que estão contra o bom senso. São chamados para que pareça, pelo contraste numérico, que seis adversários intelectuais têm razão.
Pois bem, eu tenho a honra de ter Laranjeira entre os leitores desta página. Ele manda um comentário muito instrutivo para o blog, que reproduzo abaixo. Relata uma outra circunstância em que também foi chamado para um debate sobre drogas e teve de sair do local escoltado por seguranças. Por quê? Porque não era um debate, mas um happening, uma outra manifestação daquilo que o Fantástico apresentou no domingo. Laranjeira é um homem corajoso. Deixa claro que conhece todos os instrumentos de manipulação do debate disponíveis na praça e diz que vai continuar a debater. Tem o meu apoio, professor, e o da imensa maioria dos milhares que lêem este blog. Pode não ser grande coisa. Mas existimos, esse é o fato. Leiam o seu relato.
*
Caro Reinaldo,
Sou leitor diário do seu blog e respeito muito o que você escreve e concordo com a maioria das idéias. Em especial, concordo com o falso debate sobre a legalização das drogas. No fundo, é um tema que tem um apelo para a população de Ipanema e Vila Madalena, ou o seu equivalente em cada estado.
Tenho adotado a política pessoal de sempre atender aos jornalistas, mesmo quando fica claro que sou o “caretão de plantão”. Minha intenção é tentar pelo menos fazer um contraponto às muitas das idéias que considero simplistas e salvacionistas. Ou seja, as pessoas defendem que, ao termos maiores facilidades de acesso às drogas, resolveremos os problemas. Somente a força da irracionalidade e do pensamento mágico pode sustentar esse castelo de areia conceitual.
Você mencionou que, na matéria do Fantástico, a proporção foi de 12 pessoas favoráveis e somente eu fui o contraponto. E você usou até mesmo a expressão “desrespeitoso”. Isso tem ocorrido sempre. O pior que passei foi num debate na Folha de S. Paulo, manipulado pelo jornalista Gilberto Dimenstein. Ele colocou quatro favoráveis à maconha contra dois. Além disso, tinha uma platéia absolutamente hostil e que não deixava nem mesmo eu começar qualquer tipo de argumento contra a legalização. Aquela, com certeza, foi uma experiência de desrespeito. Pela primeira vez na minha vida, eu saí de um debate intelectual escoltado por dois seguranças da FSP, pois o lobby dos maconheiros queria me bater.
Enfim, desculpas por me alongar, mas esse debate, infelizmente, vai longe, não porque seja uma prioridade, mas porque um grupo significativo de pessoas, como FHC, Globo, jornalistas, parte do judiciário e o lobby da maconha vão querer fazer história.
Eu defendo um plebiscito para esse assunto. Valeria a pena.
Abraços,
Ronaldo Laranjeira
Professor Titular de Psiquiatria da UNIFESP
Por Reinaldo Azevedo
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas
Escrito por Hélio Leite
01/06/2011 - Escrevi ontem um post tratando daquele editorial disfarçado de reportagem, apresentado no “Fantástico” no domingo, favorável à descriminação da maconha. DOZE pessoas falaram direta ou indiretamente em favor da descriminação da maconha — chamada ali de “regulamentação” (?) — e apenas UMA contra, justamente aquele que é um de nossos maiores e mais experientes especialistas no tema, o psiquiatra Ronaldo Laranjeira. Ele não é um abelhudo, mas um estudioso. Ele não é um “achista”, mas alguém com vasta experiência clínica. As pessoas com as quais ele lida não são feitas de papel e estatística, mas de carne e osso. No texto, alerto os especialistas “não-alinhados” com a metafísica influente para as armadilhas que a imprensa tem criado contra algumas personalidades quando se trata de debater alguns temas.
E até citei exemplos: no jornalismo contemporâneo, quando querem debater maconha, aquecimento global, Código Florestal ou estado palestino, quase sempre aqueles que se opõem à descriminação das drogas, que consideram apocalípticas as teorias do aquecimento, que vêem avanços no código ou que avaliam que não haverá paz no conflito israelo-palestino enquanto houver terrorismo são tratados como esquisitas exceções. Convidados a se pronunciar, são apenas o tributo que o vício — sem trocadilho — está prestando à virtude. São chamados para que fique claro que são minoria, que são pessoas em extinção, que estão contra o bom senso. São chamados para que pareça, pelo contraste numérico, que seis adversários intelectuais têm razão.
Pois bem, eu tenho a honra de ter Laranjeira entre os leitores desta página. Ele manda um comentário muito instrutivo para o blog, que reproduzo abaixo. Relata uma outra circunstância em que também foi chamado para um debate sobre drogas e teve de sair do local escoltado por seguranças. Por quê? Porque não era um debate, mas um happening, uma outra manifestação daquilo que o Fantástico apresentou no domingo. Laranjeira é um homem corajoso. Deixa claro que conhece todos os instrumentos de manipulação do debate disponíveis na praça e diz que vai continuar a debater. Tem o meu apoio, professor, e o da imensa maioria dos milhares que lêem este blog. Pode não ser grande coisa. Mas existimos, esse é o fato. Leiam o seu relato.
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Caro Reinaldo,
Sou leitor diário do seu blog e respeito muito o que você escreve e concordo com a maioria das idéias. Em especial, concordo com o falso debate sobre a legalização das drogas. No fundo, é um tema que tem um apelo para a população de Ipanema e Vila Madalena, ou o seu equivalente em cada estado.
Tenho adotado a política pessoal de sempre atender aos jornalistas, mesmo quando fica claro que sou o “caretão de plantão”. Minha intenção é tentar pelo menos fazer um contraponto às muitas das idéias que considero simplistas e salvacionistas. Ou seja, as pessoas defendem que, ao termos maiores facilidades de acesso às drogas, resolveremos os problemas. Somente a força da irracionalidade e do pensamento mágico pode sustentar esse castelo de areia conceitual.
Você mencionou que, na matéria do Fantástico, a proporção foi de 12 pessoas favoráveis e somente eu fui o contraponto. E você usou até mesmo a expressão “desrespeitoso”. Isso tem ocorrido sempre. O pior que passei foi num debate na Folha de S. Paulo, manipulado pelo jornalista Gilberto Dimenstein. Ele colocou quatro favoráveis à maconha contra dois. Além disso, tinha uma platéia absolutamente hostil e que não deixava nem mesmo eu começar qualquer tipo de argumento contra a legalização. Aquela, com certeza, foi uma experiência de desrespeito. Pela primeira vez na minha vida, eu saí de um debate intelectual escoltado por dois seguranças da FSP, pois o lobby dos maconheiros queria me bater.
Enfim, desculpas por me alongar, mas esse debate, infelizmente, vai longe, não porque seja uma prioridade, mas porque um grupo significativo de pessoas, como FHC, Globo, jornalistas, parte do judiciário e o lobby da maconha vão querer fazer história.
Eu defendo um plebiscito para esse assunto. Valeria a pena.
Abraços,
Ronaldo Laranjeira
Professor Titular de Psiquiatria da UNIFESP
Por Reinaldo Azevedo
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas
Ridículos, o Sr. Leite,o Sr. Laranja e a Sra Lobo!
ResponderExcluirSr. Laranja, ninguém deixa o senhor falar, pq não tem o q falar, seus comentários são totalmente sem nexo e arcaico e em qq debate fazem vc perder o argumento, pq realmente não tem o que argumentar !
Agora a Sra Lobo pode mesmo rasgar o diploma dela, pois falar q a legalização do alcool foi um erro !!!!! só rindo mesmo !!!!, se a proibição fosse boa e útil, não teria sido revogada ! vcs precisam se informar e ver + o history channel, pois nem história vcs sabem contar !
Outra, só vejo instituição religiosa aki!!! a pergunta: o qq tem a ver !?
Esse debate não se diz respeito a igreja, e sim política, vivemos em um país Laico !
Isso é um grande preconceito, não estão dando direitos de lutarmos a favor de algo que nos faz bem, é uma opinião nossa... Conheço pessoas que fumam a mais de 50 anos, e estão muito bem. Há muitas famílias que fumam, e porque gostam. Não queiram comparar cigarro e álcool com maconha, porque são bem diferentes, vocês estão tentando comparar algo incomparável, não queira culpar os Cannabeiros por um erro de vocês no passado, já esta na hora de legalizar o uso. Se para fins medicinais pode porque não posso fumar um na minha casa? Se pago meus impostos como qualquer outra pessoa? Enfim está dada minha opinião, o dia em que vocês provarem no papel que Maconha faz mal e queima neurônios eu passo a ajudar contra a legalização, enquanto isso vou esperar que legalizem o que eu aposto que vai acontecer (:
ResponderExcluirSr Anônimo de 6 de junho porque tanta agressividade para defender uma opinião? Estamos em um país livre e naturalmente podemos compartilhar opiniões divergentes. Você parece bem informado e deve saber que a principal causa de acidentes no trânsito está relacionado ao uso de bebidas alcoolicas. Quando a pessoa sobrevive e tem um plano de saúde que lhe dê uma cobertura está tudo bem. Mas e se a pessoa depender do SUS? E se não tiver hospital disponível, leito de UTI, etc. Como fica? Se der sorte e conseguir assistência: como fica o sofrimento físico e emocional? E os dias de trabalho parado? E as despesas hospitalares, quem paga essa conta? Respondo: somos nós, que pagamos impostos altissimos neste país. Os impostos que o governo recolhe da venda de bebidas não paga nem de longe essa conta. Na verdade nem empata. Então, meu caro, se toda a sociedade paga essa conta do SUS e Previdência, todos temos o direito a opinar e não apenas os usuários de álcool. Não devemos pecar com uma ingenuidade achando que essa questão diz respeito ao usuário isoladamente. Quando uma pessoa alcoolizada mata alguém no volante esse problema passa a ser de todos nós. Ou você nunca viu uma pessoa alcoolizada? Se comporta como um sem noção, fica valente, destemido, sem escuta e sem educação. Acho que me estendi mas talvez essas reflexões não sirvam somente para você.
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