quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

A liberação lenta do THC no organismo faz com que seusefeitos se mantenham mesmo depois que se está sóbrio.


A liberação lenta do THC no organismo faz com que seusefeitos se mantenham mesmo depois que se está sóbrio.

Entre a população estudantil, o uso da maconha, além de provocar todos os efeitos conhecidos, causa a queda no rendimento escolar, quando não o abandono dos estudos. A Abraço – Associação Brasileira Comunitária e de Pais para a Prevenção do Abuso de Drogas, entidade de Belo Horizonte (MG) presidida pelo Dr. Murad, atendeu, entre novembro de 1991 e novembro de 1993, 325 pacientes. Segundo dados da instituição, 68,4% desses eram usuários de maconha e do total geral (325), 39% não estavam engajados em nenhum tipo de atividade escolar. Dados do Cebrid – Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, entidade da Universidade Federal Paulista – Escola Paulista de Medicina, colhidos pelo professor Elisaldo Carlini em 10 capitais brasileiras, entre novembro de 1996 e novembro de 1997, indicaram que a maconha é a segunda droga ilícita mais utilizada, perdendo apenas para os solventes (veja “droga&Família” nº 2).
Há como se imaginar o esboroamento da vida do usuário pesado da maconha. Como na grande maioria dos dependentes de outras drogas, o dependente da marijuana desenvolve uma série de artimanhas, subterfúgios, simulações que dificultam sua recuperação. Até porque ele não se considera doente da maconha. A liberação lenta do THC em seu organismo faz com que seus efeitos se mantenham mesmo depois que está sóbrio, para usar um jargão mais próximo do alcoolismo. Nesse sentido, as duas drogas – maconha e álcool – podem diferir radicalmente. “Quando um indivíduo, sob ação do álcool, procede de maneira alterada e, depois, sóbrio, é relembrado disso, ele tende a separar a sua pessoa deste tipo de atitude ou comportamento, com alegações do tipo “eu estava embriagado”, exemplifica o Dr. Murad. Com o usuário crônico de maconha ocorre que, mesmo sóbrio, ele permanece com a mesma personalidade desencadeada pela ação da droga, recusando-se a voltar “ao normal”.
Kevin Mc Eneaney, da Phoenix House de Nova York (*) – uma das maiores instituições de tratamento de usuários crônicos de maconha –, afirma que “mesmo quando fica sem fumar, duas ou três semanas, ao invés de voltar ao normal, o usuário teimosamente fica no estado de “racionalidade” que desenvolveu induzido pela maconha”. O Prof. Sidney Cohen, da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia, EUA (*), que fez um dos mais completos estudos sobre o uso da maconha naquele país, afirma que a toxicidade comportamental da maconha, proveniente do uso pesado da droga, mesmo por curtos períodos (entre três e seis meses, por exemplo), induz a sutis ou pronunciadas modificações no estilo de vida e nos objetivos do usuário. Quando consumida durante boa parte de horas em que está acordado, ele se entrega a uma sensível passividade e perda de interesse por atividades, pessoas e objetivos. Sua vida pode se esvair como a fumaça da maconha que exala e que o encanta. Segundo Içami Tiba

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