quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Liberar o uso da maconha seria aumentar a maré de mortes por câncer, enfisema e edema pulmonar, bronquite, pneumonia, hipertensão arterial, infarto




Ao contrário de outras drogas, não há casos comprovados de overdose por uso exclusivo de maconha. Com animais, entretanto, há casos registrados na França (década de 40) e em Viamão, Rio Grande do Sul (1995), quando animais morreram depois de ingerir grande quantidade da erva. Os que se batem por sua liberação afirmam que ela nunca matou ninguém. A relação uso-óbito realmente nunca foi confirmada, mas a participação da maconha como co-autora de morte entre usuários é mais do que comprovada. Já que é comparada ao cigarro, uma vez fumada, há como imaginar que tanto quanto o tabaco provoque, no mínimo, os mesmos malefícios. Liberar o uso da maconha seria aumentar a maré de mortes por câncer, enfisema e edema pulmonar, bronquite, pneumonia, hipertensão arterial, infarto. Como diminui os reflexos e debilita a atenção, acidentes de automóveis são mais comuns entre os usuários de maconha. Um levantamento feito no Canadá pelo Dr. Sterling Smith (*) mostrou que, entre os motoristas envolvidos em acidentes fatais, 16% deles haviam fumado maconha antes do evento.
Em defesa da Cannabis, pode-se dizer que seu uso exclusivo não leva seu usuário a cometer atos violentos, como é tão comum com o álcool, o crack e a cocaína. Ao que parece, ela não modifica a personalidade de quem a usa, apenas a potencializa. “A maconha é uma droga idiotizante”, afirma o Dr. Pablo Miguel Roig, psiquiatra do Instituto Greenwood, clínica de recuperação de São Paulo. “A psicose canábica é um quadro psiquiátrico muito grave, que se parece com a esquizofrenia paranóide, provocada pelo efeito narcotizante da maconha”, explica. O que não se sabe é se ela detona uma psicose preexistente ou se provoca esse tipo de psicose. O Dr. Murad afirma em seu livro que “cada vez mais as pesquisas indicam que o uso da maconha é a causa e não a conseqüência desses distúrbios psicológicos”. Só para ilustrar, no século XIX, o poeta Baudelaire escreveu o seguinte sobre a droga em seu livro “Paraíso Artificial”: “O cérebro e o organismo sobre os quais opera o haxixe oferecerão apenas seus fenômenos comuns; aumentados, é verdade, mas sempre fiéis às suas origens”.
Nunca matou ninguém comprovadamente e não leva seus usuários a atos violentos. Certo. E quanto ao suicídio? É sabido que usuário de drogas, sejam elas quais forem, estão muito mais propensos a dar cabo da própria vida do que outras pessoas. Se foge da realidade por meio da droga, pode chegar um dia que nem ela esteja mais proporcionando isso. E é aí que a droga tornar-se um bilhete sem volta. O suicídio é a segunda causa de morte entre os jovens de 15 a 18 anos nos EUA, de acordo com o Dr. Murad. Em seu livro, ele afirma que um relatório americano concluiu que adolescentes daquele país constituem o único grupo etário cuja mortalidade subiu nas duas últimas décadas. “A razão principal disso”, continua, “é a deficiência para dirigir, provocada por álcool e outros drogas, e o suicídio relacionado com o uso de drogas”. O suicídio entre os adolescentes americanos triplicou nas duas últimas décadas, o que coincide com a epidemia de uso de drogas, principalmente a maconha.

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