quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

“Tenho visto usuários de drogas de 18 anos ou mais que quando se livram da maconha começam a brincar com miniaturas de carros ou bonecas”.



O Dr. Mitchell Rosenthal, diretor do Phoenix House, de Nova York (*), a maior instituição de tratamento de usuários de drogas dos EUA, enuncia, como que referendando o alerta do Dr. Roig, que “inúmeros adolescentes e jovens não vão amadurecer como deveriam, não terão os ganhos intelectuais que deveriam ter nos seus anos de crescimento, não se tornarão os cidadãos produtivos e capazes de que a sociedade precisa”. E o uso de maconha colabora decisivamente para isso. Para ilustrar, o Dr. Mitchell tira do jaleco uma conclusão extraída de pesquisas americanas que demonstram que “crescem as evidências de que, entre os adolescentes e os jovens, a maconha é uma das maiores causas de problemas psiquiátricos que os EUA vêm enfrentando”. Corroborando a assertiva do médico, o NIDA — National Institute of Drug Abuse (Instituto Nacional de Abuso de Drogas, dos EUA) informa que “a cada ano, aproximadamente, 60 mil pessoas, a maioria jovens brancos que vivem com os pais, procuram tratamento para problemas relacionados ao uso da maconha; esse tratamento, geralmente ambulatorial, dura quatro meses em média, registrando um índice de retorno de cerca de 20%.”
Entorpecidos pela ação da maconha e drogas acessórias, o adolescente poderá fazer emergir uma pessoa com conceitos distorcidos. O cérebro, espremido e afetado por anos de uso das drogas, buscará referenciais dos momentos em que não estava afetado, levando o usuário a comportamentos incompatíveis com sua idade. Ele simplesmente pára de amadurecer e crescer no momento em que começa a se drogar. O Dr. Jason Baron, diretor médico do Hospital “Deer Park”, de Houston, EUA (*), que trata exclusivamente de usuários de drogas na idade de 14 a 25 anos, relata: “Tenho visto usuários de drogas de 18 anos ou mais que quando se livram da maconha começam a brincar com miniaturas de carros ou bonecas, tentando retornar ao tempo que não tiveram ou conheceram; felizmente, com tratamento adequado, pode-se ensinar-lhes certas habilidades que lhes permite recapturar a falta dos anos da infância ou adolescência perdidos”.
O Dr. Roig postula uma tese mais sombria quando afirma que a sociedade de hoje, por estar saturada, está descuidando das novas gerações. “Quando há saturação, a sociedade começa a machucar as novas gerações”. Ele fala de permissividade. É como se fosse a lei da evolução natural. A falta de controle dá raízes esquálidas e imaturas, mas abundantes, a uma geração que não está muito preocupada em herdar bons valores, não se agredir e nem aos outros. São essas pessoas, sem o menor verniz de cidadão (até porque, no caminho em que se encontram, não sabem o que é cidadania), que moldarão as próximas gerações. “Podemos prever o crescimento de uma população de imaturos, adultos não qualificados, vários deles incapazes de viver sem um suporte social, econômico e clínico; com o tempo, teremos um número inimaginável de cidadãos emocional, social e intelectualmente deficientes”, sinaliza o Dr. Rosenthal. Será que devemos assistir passivamente aos herdeiros desse mundo bebendo, fumando, injetando e inalando a morte em nome de uma individualidade torturada e entortada pelas drogas?

-Içami Tiba -

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